Paços do Concelho de Angra do Heroísmo

Câmara Municipal de Angra do Heroísmo com a Praça Velha em frente.
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (noite de folclore na Praça Velha).
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, entrada principal.
"Angra - Salão Nobre da Câmara Municipal" (fotografia do Álbum Açoriano, 1903).
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo: Salão Nobre (2011).
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (pedra de armas existente no saguão).
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, as chaves do Castelo de São João Baptista do Monte Brasil, a grã-cruz da Ordem da Torre e Espada e a Carta Régia que dá nova heráldica ao concelho e muda o nome da cidade de «Angra» para »Angra do Heroísmo».
Busto em bronze do imperador Pedro I do Brasil (executado em 1826), a mais conhecida obra de Marc Ferrez.
Identificação do busto de Pedro I, com indicação do autor (Marc Ferrez, 1826) e da fundição (Fontaine, Paris).
Busto de Pedro I do Brasil.

Os Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, ou Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, são a sede do Município de Angra do Heroísmo, localizados no topo leste da Praça Velha no centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Região Autónoma dos Açores.

Destaca-se por constituir, no país, um dos exemplos de edifício camarário construído de raiz para a função que ocupa. A sua implantação, na praça principal e mais central da cidade, contribuiu para que sempre houvesse sido o mais importante edifício civil da cidade, aí tendo se mantido ao longo de mais de 500 anos.

Os Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, considerado o mais belo palácio municipal dos Açores, e tendo nas suas salas peças de inestimável valor histórico e patrimonial, foi inaugurado a 11 de agosto de 1866.

Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1980.

História

A Câmara Municipal de Angra ocupou três edifícios ao longo da sua existência. O primeiro Senado de Angra data de 1474, tendo sido estabelecido por João Vaz Corte Real. O seu edifício situava-se sensivelmente no mesmo local do atual, possuía torre e "sino de correr" a um lado, e beneficiava de uma pequena praça defronte, como se pode reconhecer pela detalhada carta de Jan Huygen van Linschoten, em fins do século XVI.

As inundações de fevereiro de 1608 causaram enormes prejuízos ao casario da cidade. Estava-se no período da Dinastia Filipina (1580-1640), o volume do comércio ultramarino e a importância que a cidade desfrutava à época, terão contribuído também para a iniciativa da construção de um novo edifício para a Câmara de Angra, em 1610. Este novo edifício era recuado em relação ao anterior, vindo a constituir-se assim a atual praça.

Em meados do século XIX o edifício foi uma vez mais reconstruído, tendo sido escolhida a data da comemoração do 20.º aniversário da Batalha da Praia, 11 de agosto de 1849, para o lançamento da pedra fundamental. A inauguração solene ocorreu no mesmo dia, em 1866. Este novo edifício inspirou-se no dos Paços do Concelho do Porto, então situados na Praça da Liberdade.

Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pela Resolução n.º 41/80, de 11 de junho, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de agosto.

Características

A entrada principal do edifício abre-se num amplo saguão que se desenvolve numa imponente escadaria, ao cimo da qual se vê um busto do Infante D. Henrique, esculpido por Numídico Bessone em 1960, ano das celebrações do V Centenário da Morte do Príncipe Navegador.

Ao cimo do primeiro lance de escadaria destacam-se os vitrais que representam, os laterais, a heráldica da cidade de Angra e, ao centro, o emblema nacional. Com risco de Abraham Abohbot (1897-1959), datam do primeiro quartel do século XX, tendo sido fabricados em Lisboa.

No átrio superior destacam-se um valioso tapete de Arraiolos e uma mesa de bufete em madeira de pau santo dos finais do século XVIII.

Na Sala de Sessões destaca-se o valioso mobiliário do hemiciclo em madeira de jacarandá, executado na década de 1950 pelas oficinas da escola da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, ostentando em talha os três brasões usados pelo município ao longo dos séculos.

Entre outras peças de interesse, em seu acervo, podem ser citadas:

Lista de Presidentes da Câmara Municipal

No sentido moderno do termo, o cargo de Presidente da Câmara Municipal surgiu após as profundas reformas que resultaram da implantação da Monarquia Constitucional Portuguesa em 1830-1834 e da aplicação da Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa e dos textos constitucionais que se seguiram. Sendo Angra a sede da Regência de Angra, a sua Câmara Municipal foi a primeira a ter, com posse a 1 de janeiro de 1831, um presidente eleito no moderno sentido do termo. O quadro que se segue inclui uma lista dos presidentes, após a implantação do regime liberal, da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo:

Monarquia Constitucional

Presidentes da Câmara Municipal na Monarquia Constitucional

Primeira República

Presidentes da Câmara Municipal na Primeira República

Segunda República

Presidentes da Câmara Municipal na Segunda República

Terceira República

Presidentes da Câmara Municipal na Terceira República

Referências

Bibliografia

  • Angra do Heroísmo: Janela do Atlântico Entre a Europa e o Novo Mundo. Horta (Faial): Direcção Regional de Turismo dos Açores, s.d..
  • O Angrense, nº 3038, 18 Nov. 1905.

Ver também

Ligações externas

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